quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ao Amor Antigo (Carlos Drummond de Andrade)


O amor antigo vive de si mesmo, 
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

2 comentários:

  1. Olá Carmen!
    Grande Drummond, linda poesia, um presente de leitura para uma manhã ensolarada!
    Prazer estar aqui! Com tempo, venha ler e comentar “CEM RUBLOS A MAIS CEM RUBLOS A MENOS” no http://jefhcardoso.blogspot.com
    Abraço!

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  2. Obrigada Jeferson por seu comentário. Com prazer farei uma visita em seu blog. Grande abraço

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